domingo, 16 de outubro de 2011

Luna Lovegood, a história da menina sonhadora


 Classificação: Livre

 Resumo: Onde esteve Luna Lovegood antes de Harry Potter conhece-la? Agora você poderá saber. Acompanhe a animada fanfic de Luna em seu primeiro ano escolar, o ano em que a Câmara Secreta foi aberta.

Capítulo 1 - Os Lovegood

  Vista pela primeira vez causaria a muitos, desprezo. Sua forma cilíndrica vertical não dava àquela casa um ar de conforto, mas não era o que pensavam os Lovegood, os habitantes daquela casa tão estranha. Os Lovegood eram uma família completamente diferente, do que qualquer outra que exista no mundo. Não só por causa da casa, que tinha uma estrutura completamente diferente, mas pelo comportamento deles.
  Xenofílio e Luna Lovegood eram os únicos habitantes daquele lar. A esposa de Xeno, Lucy, havia falecido há 2 anos, vítima de uma explosão causada por uma experiência. Deixando então a unica filha, Luna, para o pai criar
  A casa por dentro, não se comparava com o lado de fora, ela era mais estranha do que se pode imaginar. Além de ter todos os móveis adaptados para se encaixarem nos cômodos circulares, as paredes eram completamente pintadas com desenhos feitos a mão. Existia apenas um cômodo por andar, e para acessa-los, uma unica escada caracol no centro da casa.
  É nesta casa exótica que nossa história começa. Enquanto acabava de fechar o malão da filha, Xenofílio, olhou de esguelha para o relógio no beiral da janela da cozinha, e se assustou com o que viu: já eram 10:12 da manhã, e o Expresso de Hogwarts, que levaria Luna para seu primeiro ano letivo, partiria exatamente as 11 horas. 
  Desesperado, Xenofílio sentou na mala e usou um feitiço adesivo para evitar que se abrisse no meio do caminho, pois não teria tempo de ajeitar os objetos corretamente. Após fazer isso, ele correu ao pé da escada, olhou para o alto e disse em voz alta:
  -Já está pronta, querida? Estamos atrasados!
  - Estou sim, papai. Já vou descer - Uma voz, um tanto sonhadora, disse em resposta em algum lugar lá em cima.
  Algum instante depois, uma menina muito branca, de olhos claros, cabelos loiros claros (aparentemente um pouco sujo) e com vestes escolares negras, chegou a cozinha. Ela era Luna Lovegood. 
  - Então vamos. - disse Xenofílio, abrindo a porta e se precipitando para fora com o malão da filha. O dia estava ensolarado, e não haviam vestígios de nuvens. Ao chegarem ao portão, Luna comentou intrigada:
  -Papai, que tipo de roupa é essa que está vestindo? - O pai em resposta lhe deu um breve sorriso e disse:
  -Chama-se terno, é algo que os trouxas usam quando vão a cidade.
  Na verdade, Xenofílio estava usando algo que se assemelhava a uma cortina rosa-choque velha e desbotada em alguns pontos. As calças tinham a boca larga e boa parte da barra estava dobrada e presa por um alfinete reluzente. O terno estava sobre uma camisa branca, consideravelmente normal, e as mangas eram pouco menos largas que a boca das calças. Os cabelos dele, que geralmente eram brancos, ondulados e caiam em tufos nos ombros, estavam toscamente lisos e presos num rabo de cavalo por uma fita dourada.
  -Mas chega de perguntas, e segure no meu braço. - Ele completou. Quando a menina segurou no braço do pai, os dois desapareceram com um estalo seco.
  A muitos quilômetros dali, mais precisamente em Londres, os Lovegood saiam apressados de um beco em frente a Estação de King's Cross, atravessavam a rua atraindo a atenção dos trouxas que ali passavam. Não demorou muito e os dois já estavam correndo e atravessando a parede das Plataformas 9 e 10. 

 Capítulo 2 - Gina Weasley

  Em algum ponto da Estação que parte o Expresso de Hogwarts o maquinista apitou informando que o trem, vermelho que soltava tufos de fumaça branca, iria partir. Xenofílio beijou a testa da filha  e lhe informou:
  -Não vou poder lhe escrever nos próximos 3 meses, porque estarei viajando em busca de Ameixas Dirigíveis para plantar no quintal lá de casa, preciso fazer uma análise delas para a edição de Janeiro d'O Pasquim.
  -Tudo bem, pai. Avise quando chegar em casa depois da viagem. - Luna respondeu, já, na porta da locomotiva. Ela permaneceu na entrada do trem, após as postas fecharem, e ficou acenando para seu pai pela janela até perdê-lo de vista.
  O trem fez sua primeira curva e Luna estavá andando pelas cabines, a procura de uma vazia. Encontrou, entretanto, uma que havia uma menina de cabelos cor de fogo, sentada sozinha olhando para a janela. Luna abriu a porta e disse:
  -Com licença, posso me sentar com você? 
  A menina olhou, confirmou com a cabeça e voltou a dar atenção a janela. Luna entrou, guardou seu malão no bagageiro e se sentou defronte a menina. Observou-a sem rodeios por um tempo, e como se tivesse esperando tomar coragem disse com sua voz sonhadora:
  -Me chamo Luna, Luna Lovegood.
  A menina desviou o olhar da paisagem la fora e enfim falou:
  -Eu sou Gina, Gina Weasley. Meu pai já me falou sobre vocês. Moramos muito perto. Sua família publica uma revista fajuta, não é mesmo?
  -Meu pai publica O Pasquim. Não é uma revista fajuta, temos muitos leitores, acontece que muito bruxos possuem um conhecimento limitado sobre o mundo. Coisa que meu pai e eu não temos. - respondeu Luna sentindo um pouco de inimizade com a recente colega.
  -Bem, nunca peguei O Pasquim para tirar minha conclusão, só estou dizendo o que ouço falar. Mas enfim, é o seu primeiro ano em Hogwarts também? - Gina perguntou na tentativa de não criar intrigas.
  -É sim, estou muito animada e ansiosa. Em que Casa acha que vai entrar?
  -A minha família inteira foi da Grifinória, mamãe e papai não esperam algo diferente. Então acho que serei uma grifinória também, e você?
  -No meu caso é meio complicado. Meu pai foi de Lufa Lufa, mas minha mãe da Corvinal. Posso entrar em uma das duas.
  As duas permaneceram conversando a viagem inteira, até chegarem na escola conversaram sobre quadribol, sobre o pavor de entrar em Sonserina, sobre doces e sobre assuntos descontraídos para não ficarem em silêncio.
  Como era de costume, os alunos do primeiro ano eram levados de barco da estação de Hogsmeade a escola pelo Guardião das Chaves. E assim se seguiu, as meninas haviam criado um vínculo e ficaram juntas até a seleção para as Casas.
  Gina, como havia dito, foi selecionada para a Grifinória. E Luna, para Corvinal. As duas não teriam contato frequentemente, mas se encontrariam nas aulas em que Grifinória e Corvinal dividiriam a sala.

  Capítulo 3 - Di-Lua Lovegood

 Embora Luna considerasse Gina sua mais nova melhor amiga, a menina não tornava isso recíproco, e preferiria contar seus segredos a uma pedra, do que a Luna. Não por questão de confiança, mas para evitar uma análise bizarra sobre eles.
  Após a chegada em Hogwarts, Corvinal e Grifinória dividiam a sala em 5 matérias: Defesa Contra as Artes das Trevas, Trasfiguração, Herbologia, Poções e Feitiços. Eram nesses horários que Luna encontrava Gina, que parecida não responder com a mesma alegria.
  Tudo ia bem até Luna começar a abrir discussões com os professores, comparando tudo ao que saia n’O Pasquim. Na segunda aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, com o Professor Lockhart, aconteceu o que viria a ser comum entre as aulas. O professor explicava quando foi atacada em uma viagem à Europa Ocidental:
  -Diabinhos, criaturinhas traiçoeiras são eles, me pegaram de surpresa – Neste exato momento, uma mão se levantou na sala, era a de Luna:
  -Pois não, Senhorita...?
  -Lovegood, Senhor. Professor, por acaso essas criaturinhas pelas qual o senhor se refere, seriam comparados aos Narguilés?
  -Desculpe, querida. Acho que não entendi. O que são Narguilés? – Perguntou Lockhart com uma risada de deboche.
  - São criaturas muito traiçoeiras também, costumam roubar os pertences das pessoas e esconder para que elas não achem. 
  - Desculpe senhorita Lovegood, mas devo lhe informar que esse tipo de criatura não existe.
   Seguiu-se então, uma discussão até o fim da aula, onde o professor pôs um ponto final naquilo relatando que Narguilés não podiam existir.
   Isso não ocorreu apenas nas aulas de Lockhart, mas em completamente todas que Luna participava. Assim, todos os alunos do 1º ano (das 4 casas de Hogwarts) passaram a chamá-la de Di-Lua, por falar de assuntos estranhos e ficar distraida com facilidade.
   Gina não ficava muito a vontade quando estava com Luna, os alunos do primeiro ano viviam zombando dela nos corredores.

 Capítulo 4 - O Diário em branco e a gata petrificada

  Quando não estava com Gina, Luna ficava sozinha nos cantos do castelo relendo alguma das muitas edições d'O Pasquim. Ela ficava cada vez mais excluída do restante da escola. Alunos do 1º ano que pertenciam a outras casas a evitavam tanto quanto os da própria Corvinal. Mas Luna não se importava com isso.
  Quase 2 meses após o início do ano letivo, Luna estava sentada no chão de um dos corredores da biblioteca lendo um livro chamado Criaturas Aladas do Sul da Grã-Bretanha de cabeça para baixo quando Gina parou ao seu lado para guardar alguns livros que havia pego. Gina então apoiou sua pequena pilha na mesa enfrente a estante. Luna levantou excitante e disse:
  - Olá Gina, a quanto tempo que não nos vimos fora das aulas! - Gina apenas a cumprimentou com um aceno, e Luna, com a falta de argumentação da amiga, apanhou o livro que estava acima na pilha, notando que o de baixo parecia ter uma gota de sangue na capa. Então começou a folhar o que havia pego. Ao ver que todas as páginas estavam em branco, fechou-o e olhou a capa de couro, estava escrito Tom M. Riddle. Luna curiosa falou:
  - Gina, quem é Tom e por que ele não escreveu nada no diário que te deu? - Luna deduziu que esse tal Tom teria dado o diário, pois achava pouco prudente que a amiga seria capaz de te-lo roubado. A reação que Gina teve foi extremamente diferente a qual Luna imaginara, a menina foi rude e aos gritos no meio da biblioteca respondeu:
 -NUNCA MAIS MEXA NAS MINHAS COISAS, ENTENDEU? NADA AQUI É DE SEU INTERESSE!!  -Após isso ela saiu enfurecida pelas estantes altas.
   Luna ficou boquiaberta por um momento, e chegou a conclusão que devia investigar, pois a menina não poderia ficar tão nervosa só por causa de um diário.
   Naquela mesma noite algo chamou sua atenção. Em um canto do castelo a gata do zelador Sr. Filch foi encontrada petrificada enfrente a um letreiro escrito a sangue: A Câmara Secreta foi aberta, inimigos do Herdeiro de Slytherin, Cuidado. Luna não encontrou os cabelo cor de fogo de Gina no meio da multidão que se amontoava na frente do ocorrido.

  Capítulo 5 - Gina, a principal suspeita

  Os professores estavam em situação de perigo após o primeiro aluno aparecer no mesmo estado em que a gata. Gina para a surpresa de Luna, não estava presente em nenhuma multidão que se formava depois que os ataques aconteciam. Uma vez, horas antes de Hermione Granger da Grifinória ser atacada, Luna a viu saindo do banheiro feminino que ninguém tinha coragem de entrar.
  Não foi só, Gina entrou para a aula de Feitiços, uma tarde, coberta de penas, e Luna jura que uma secreção vermelha que estava em seu sapato assemelhava-se muito a sangue. A menina havia ficado mais quieta e, aparentemente, mais excluída que Luna, faltava em algumas aulas e tinha o comportamento em constante mudança. Ora discutia com Luna, ora lhe tratava docilmente.
  Em uma tarde após o segundo ataque, Luna passava enfrente ao banheiro que ninguém entrava. Ele estava alagado, vazava muita água por debaixo da porta. Gritos de alguém chorando ouvia-se lá dentro, com medo de entrar Luna chegou mais próximo da porta o possível.
  - Luna? - uma voz disse próximo dela. Quando se virou, se deparou com Gina, sentada ao lado de uma estátua chorando.- Luna, não conte a ninguém que eu estive aqui. - E saiu correndo pelo corredor.
  Luna não aguentou de curiosidade, e então entrou no banheiro. Estava completamente alagado, e uma fantasma chorava num canto virada para a parede. Luna correu o olhar pelo lugar, e achou no chão o diário pelo qual Gina gritou com ela. Ele estava encharcado mas reconhecível. TLIC!. Alguém estava abrindo a porta  do banheiro, e mais rápido do que se pode pensar, Luna se trancou em uma cabine. Era Harry Potter, a fantasma contou a ele que alguém havia entrado lá e atacado o diário da cabeça dela. Quando eles se foram, e Luna saiu, o diário não estava mais lá. Um semana depois, Gina estava novamente com ele, mais alerta o possível com as pessoas ao redor.

 Capítulo 6 - Aqui termina nossa história

  Luna estava voltando da ultima aula do dia quando avistou Gina a poucos metros andando apressada. Luna ao invés de chamá-la, resolveu segui-la. Ela atravessou completamente o castelo, e como previa, Gina entrou no banheiro das meninas que ninguém usava.
  Voltando calmamente, pois pensava que Gina estava apenas usando o banheiro, Luna se deparou com mais uma mensagem escrita a sangue na parede, desta vez era: O esqueleto dela jazerá na Câmara para sempre. 
  De repente tudo se encaixou, Gina abrira a Câmara Secreta com algum tipo de ordem do diário, pois se não fosse, ela nunca tentaria se desfazer dele, e a entrada provavelmente estaria no banheiro. Alguém devia saber disso, então ela correu em busca de algum professor.
  - Professora Minerva! - exclamou Luna em meio a um corredor vazio, a professora estava correndo, e parou com um supetão quando ouviu Luna chamar, então olhou para a menina impaciente. - professora, sei onde fica a entrada da Câmara Secreta, foi Gina Weasley que a abriu todo esse tempo!
  - Pois diga já, senhorita Lovegood, vamos para lá agora mesmo. 
  - Naquele banheiro onde uma fantasma fica chorando! 
  - Não me diga bobagens, eu tenho uma vida para tentar salvar e a senhorita me pára, para fazer esse tipo de observação?  Cinco pontos serão descontados de Corvinal por ter me distraído com boatos sem noção em momentos seríssimos. - disse a professora se afastando as pressas.
  Luna ficou inconformada com a atitude da professora e resolveu agir. Quando voltou a porta do banheiro, encontrou Harry Potter, um dos irmãos de Gina e o professor Lockhart acabando de entrar. Ela não poderia interferir ali, já que um professor, precisamente, estava cuidando do caso.
  Sendo assim, Luna resolveu voltar a sua casa comunal e esperar. Pegou então uma edição muito antiga d'O Pasquim e começou a ler sobre mistérios.
  Passaram-se alguns minutos e Luna adormeceu sobre a revista. Acordou 1 hora depois com Miguel Corner lhe cutucando:
  - Lovegood, a professora Minerva mandou te entregar. - Miguel tinha nas mãos um bilhete.
  - Obrigada! - Luna apanhou o bilhete e a abriu, foi escrita, aparentemente corrido. Seguia-se assim:

      Senhorita Lovegood

  Achei que seria digno pedir desculpas pessoalmente, mas por conta dos ocorridos, escrevo-te essa carta.
Acho que lhe devo mil desculpas pelo fato de estar falando a verdade o tempo todo.
  A entrada da Câmara ficava realmente no banheiro. Gina Weasley, foi salva e está bem. Cinquenta pontos serão creditados a Corvinal por minha tamanha ignorância.

    Aceite minhas sinceras desculpas, Professora Minerva McGonagall

  Luna dobrou o bilhete e guardou-o no bolso da calça.

 Epílogo

  Luna estava no último café da manhã que tomaria naquele ano letivo em Hogwarts, no Salão Principal, quando Gina chegou e a abraçou pelas costas. Ela acabara de ganhar alta da Ala Hospitalar. Luna se levantou e abraçou a amiga direito. Gina se desculpou por qualquer ato que ela tenha provocado a Luna enquanto estava possessa. E as duas, a partir dali, ficaram unidas por um grande laço de amizade.